Na freguesia do Faial, no concelho de Santana, na costa Norte da Madeira, há uma pequena rocha, escavada, no sítio da fazenda, que se transformou num local de culto, a Capela da Penha ou também chamada de Capela de Nossa Senhora da Penha de França.
É um pequeno edifício, isolado, de arquitetura religiosa, popular que se enquadra no denominado estilo maneirista. Distingue-se das outras capelas pela particularidade de a sua nave ser escavada num grande rochedo.
Tem uma planta longitudinal, orientada no sentido nascente. A nave culmina numa fachada principal, pintada de branco, com um portal de arco de volta perfeita, em cantaria vermelha, da região do Cabo Girão, encimado por uma cruz latina também em cantaria vermelha igualmente do Cabo Girão, ladeado por uma sineira, com um sino de bronze dourado.
O embasamento que se observa é de cantaria, avermelhada, da própria rocha onde se insere a capela e onde se destaca, também, a data de 1685, no portal.
No interior da capela, além da particularidade de o espaço ser escavado na rocha, destaca-se o pequeno retábulo mor onde se encontra a imagem do orago.
A sua fundação remonta ao século XVII, de autor desconhecido. Porém é em 1685 que se dá a instituição da capela de Nossa Senhora da Penha de França por António Teixeira Dória, 5.º neto do 1.º Capitão do Donatário de Machico.
As primitivas escavações, antes de a capela ter sido sacralizado terão sido feitas por escravos foragidos, que ali encontraram um local para refúgio espiritual. O tema, pouco documentado, tem ocupado alguns investigadores em história e arqueologia da Madeira. Nas primeiras décadas do povoamento, ainda no século XV, não era rara a fuga de escravos, que ocupavam as montanhas inacessíveis da ilha e aqui procuravam manter-se escondidos e seguir a vida.
Em 1984 foi reinstituída a Romaria da Penha de França, de culto católico, que se realiza no terceiro domingo de outubro.
Este interessante edifício e as belezas naturais do concelho Santana merecem uma visita demorada de modo a que consiga usufruir de toda a magia e beleza das paisagens naturais que este concelho possui.
