É normal duvidar se estamos na ilha da Madeira ou noutro sítio do mundo ao assistir ao espetáculo do Casino da Madeira, intitulado “Smooth Criminals”. Isso deve-se ao caráter arrojado deste show, que se destaca por romper completamente com o que já foi feito neste espaço, no passado.
As mudanças constantes de estilo musical, de figurinos, a abordagem deste espetáculo em geral, que transita entre o clássico e o moderno, sem perder de vista a qualidade do entretenimento, levam-nos a viajar por várias décadas.
Pela primeira vez, houve a intenção, da parte do Casino da Madeira, em criar um espetáculo capaz de agradar tanto aos madeirenses como a estrangeiros. Assim, nasce este Jantar e Espetáculo, que oferece uma noite marcada por um enredo dinâmico e envolvente, onde a linha entre criminosos e inocentes se esbate, proporcionando uma experiência de entretenimento singular.
É um convite para sair da rotina, do piloto automático, e de usufruir de um serão diferente, glamouroso, que inclui ainda um jantar, que conta com um menu de três pratos e bebidas incluídas até ao início do espetáculo.
À chegada, no 4.º andar do Casino, no Restaurante Bahia, somos recebidos com um cocktail de boas-vindas. Ao entrar no espaço, temos acesso a uma vista panorâmica sobre o Funchal.
O espetáculo abre com muita energia, com os bailarinos a invocarem o espírito de Michael Jackson, a maior estrela de pop de todos os tempos, ao som de “Smooth Criminal”. Assistimos à recriação da icónica coreografia, e de repente, viajamos até aos rebeldes anos 80.
A partir desse momento, o palco alterna entre momentos de grande intensidade e outros mais suaves, através da interpretação de baladas e temas pop amplamente reconhecidos. Exemplo dessa mistura, é a interpretação da música do cantor britânico Robbie Williams “Let me entertain you” (1998) e “I want to know what love is” da banda anglo-americana, Foreigner (1984). A efusividade e a melancolia acompanham-nos durante todo o espetáculo, o que nos faz entrar na narrativa.
Ricardo Mendes, bailarino e responsável pelos figurinos, pela primeira vez todos madeirenses, explica que a inspiração do espetáculo vem dos “criminosos dos anos 20, 30 e 40”, combinando elementos de humor e coreografias elaboradas. Estes ingredientes têm sido determinantes para o sucesso do espetáculo, que tem tido sempre sala cheia.
O elenco conta com as vozes de Bruna Pereira e as estreias de Júlia Ochoa e Levi Gonçalves no palco do Casino da Madeira. O grupo de bailarinos é composto por 12 artistas locais, sob a direção criativa de Juliana Andrade, que trouxe uma nova abordagem a este formato de espetáculo.
“Temos recebido um retorno muito positivo do público, porque este não é um espetáculo de casino convencional, como os de há uma década, com plumas e lantejoulas. Neste espetáculo, a dança assume o protagonismo”, afirma Ricardo Mendes. Um dos objetivos foi “rejuvenescer o público”, com um repertório mais atual, tornando o espetáculo sedutor tanto para os residentes como para os visitantes, e esta tem sido uma aposta ganha.
“O público madeirense, tradicionalmente mais reservado, tem respondido de forma entusiástica, com muitas palmas e energia”, revela Ricardo Mendes. Outro fator relevante para o sucesso é a diversidade do grupo de intérpretes, cujas idades variam entre os 18 e os 44 anos. Alguns são estudantes de dança, enquanto outros são autodidatas. O que os une é a paixão pela dança, pelo palco, e a autenticidade da sua interpretação.
O espetáculo “Smooth Criminals” estará em cena em abril (19), maio (3 e 24), junho (7,14,21,28) e ainda em julho (5 e 26).
