A colaboração entre os chefes acontece nos dias de hoje, um pouco por todo o lado. E nesse sentido a Madeira não escapa à regra. Mas o que aqui se está a passar é que os chefes Michelin, quer os estrelados, quer os recomendados, têm trabalhado várias vezes em equipa, em eventos colaborativos que resultam em bons momentos de gastronomia e jantares únicos.
‘Do Oceano para a Natureza’, que decorreu no Oxalis, foi um desses exemplos. Um jantar de sete momentos, em que o chefe Gonçalo Bita Bota (recomendado pela Michelin), recebeu José Diogo Costa, do William (uma estrela). Com o chefe seguiram outros elementos da equipa, incluindo da sala.
O menu foi uma combinação de pratos dos dois restaurantes, com a particularidade de ser regado ao sabor do champanhe. As entradas foram servidas em jeito de cocktail volante, acompanhado por Veuve Clicquot Vintage 2025. José Diogo Costa recriou uma tosta de queijo e Gonçalo Bita Bota preparou um acepipe de charuteiro, gaiado e kumquat.
Seguiu-se um prato de peixe. Gonçalo Bita Bota serviu uma das suas icónicas criações, truta, aromatizada com tomate inglês, citrinos, funcho e caviar, um prato cheio de frescura, acompanhado pelo champanhe Möet Grand Vintage 2016.
Depois, foi a vez de José Diogo Costa trazer uma referência do William, um lavagante, temperado com maracujá e servido com algas, um prato que conjuga a intensidade do sabor do lavagante e do molho feito a partir das cabeças, com o acido do maracujá e das algas. A acompanhar foi servido um Ruinard Blanc des Blancs.
O chefe do Oxalis, em seguida, um bodião, com batata, ouriço, espinafres, funcho e um molho holandês feito a partir da alga japonesa miso. Este momento foi acompanhado pelo Pommery Rosé Apanage Brut.
A carne esteve nas mãos do chefe do William, que preparou borrego com cogumelos e um molho com o sabor a vinho Madeira com estágio em barrica. O prato foi acompanhado por Dom Pérignon Vintage 2015.
Nas sobremesas os dois chefes combinaram ideias que recriam a tradição madeirense. Gonçalo Bita Bota recriou o sabor da bebida nikita (a partir gelado e sumo de ananás). José Diogo Costa foi a outra bebida icónica da Madeira, o pé-de-cabra (vinho, cerveja preta, açúcar, chocolate em pó e casca de limão). Os dois momentos doces tiveram a única exceção nas bebidas. Foram acompanhados com um Madeira Blandy’s Terrantez 1987.
O jantar ‘Do Oceano à Natureza’ confirmou a tendência de trabalho em equipa por partes dos chefes. Dos encontros colaborativos vão-se reforçando laços de amizade. E Gonçalo Bita Bota e José Diogo Costa são de uma nova geração de chefes da Madeira, que está rapidamente a atingir sucesso e a conseguir reconhecimento por um trabalho de qualidade.

