Visitar o BAM – Museu da Banana da Madeira é uma experiência de corpo e alma. Este espaço seduz, não apenas pelo conhecimento, histórico sobre o fruto mais característico da ilha, mas também pela arte, inovação tecnológica e capacidade de envolver todos os sentidos.
Hologramas, fotografias e recursos expositivos interativos aguçam a atenção do visitante em todos os momentos. Logo à entrada, somos convidados a mergulhar no universo da banana, não só como alimento, mas como símbolo cultural e económico da Madeira.
Marco Gonçalves, diretor de Marketing e Comunicação, conta que o “Museu da Banana da Madeira foi considerado, em 2023, o mais interativo de Portugal”. E acrescenta: “O nosso objetivo foi despertar a curiosidade dos visitantes. Temos salas imersivas, todos os nossos conteúdos estão disponíveis em quatro idiomas e queríamos uma oferta diferenciada. Foi uma preocupação nossa.”
Localizado na costa oeste da Madeira, no Lugar de Baixo, concelho da Ponta do Sol, o BAM conta a história e os factos mais inusitados deste fruto que, além de fazer parte da paisagem madeirense, teve um papel vital no seu desenvolvimento agrícola e económico.
A banana, introduzida na Madeira no século XVI, é hoje um dos produtos agrícolas mais importantes da região, com impacto direto no sustento de muitas famílias. Não se sabe ao certo quando começou esta cultura, mas o primeiro registo da banana na Madeira data de 1552. A partir do século XVII, a fama deste pequeno fruto adocicado espalha-se pela Europa, através de visitantes estrangeiros.
A história conta-nos que a imperatriz Sissi, da Áustria, adorava a banana da Madeira. Há ainda um episódio – cuja veracidade se desconhece – segundo o qual a austríaca terá ido, à revelia do seu segurança, à pastelaria Felisberta, em 1893, só para comer este fruto, conhecido por melhorar o humor e ajudar na concentração. Os apetites da imperatriz Sissi pela banana madeirense, entre outros factos curiosos, podem ser descobertos no Museu da Banana, cuidadosamente orquestrado para garantir uma experiência sensorial.
Com instalações imersivas e artísticas, ficamos a conhecer de forma interativa o processo de cultivo deste fruto. Por exemplo, enquanto se assiste a um vídeo explicativo, somos borrifados com água e, em outros momentos, uma luz vermelha simula o calor dos trópicos. O espectador sente as várias etapas que a banana atravessa até chegar ao nosso palato.
O espaço museológico está dividido por zonas temáticas que abordam a história, a botânica, os impactos económicos, os benefícios para a saúde humana e até os desafios para o futuro.
Marco Gonçalves destaca que, desde o início de 2025, mais de 27 mil pessoas já visitaram o espaço. Embora os madeirenses não sejam o público mais evidente, a entrada é gratuita no último sábado de cada mês. Já os produtores têm sempre entrada livre, pois este museu pretende homenagear quem se dedica de forma hercúlea ao cultivo da banana.
Visitantes da Polónia, República Checa e Finlândia são grandes entusiastas do BAM, segundo Marco Gonçalves, por ser algo “tão diferente do que estão habituados a ver”. Ainda assim, são os ingleses e os alemães que dominam as visitas ao espaço museológico, onde é possível conhecer as 18 variedades de banana da Madeira. “Temos campos experimentais, sistemas inovadores de transporte de cachos, estufas, e também zonas de lazer onde é possível fazer piqueniques. No fundo, recriamos o que é ter banana, exatamente como um produtor madeirense faz.”
Para terminar a visita, nada como passar pelo café e provar, entre as várias iguarias, um pastel de nata de banana quentinho, uma queijada ou até umas chips crocantes que podem ser cúmplices de uma cerveja com este aroma.

